Dia 12 de Outubro, como é amplamente conhecido por brasileiras e brasileiros, celebramos a solenidade de Nossa Senhora Aparecida. Imagem tão representativa de um povo sofredor, mas que não perde nunca a fé, nem a esperança, em dias melhores.
Neste dia, praticamente, o país todo, interrompe sua corrida frenética em busca do pão de cada dia, e se ajoelha, para rezar, pedir, agradecer, venerar a Mãe mais querida deste país.
Mãe Aparecida apareceu para gente humilde, simples pescadores, como os discípulos de Jesus, que tiravam seu sustento daquilo que o Bom Deus, pela sua Divina Providência, lhes dava através do Rio Paraíba do Sul. Essa gente pobre, quase miserável, soube entender a mensagem que ela trazia do Pai, esse mesmo povo, com a sabedoria que não está nos livros, nem na academia, mas que vem do alto, compreendeu melhor do que os doutores e prelados, o que ela tinha a lhes dizer e transmitir a toda a nação, numa época em que a comunicação era praticamente inexiste, a sua fama e de seus feitos e intercessões, correram a terra como rastilho de pólvora em mata seca.
Veio gente de todos os cantos deste país continental, que ainda nem sabia exatamente sua dimensão, ver de perto a Mãe Maria que apareceu nas redes de pescadores pobres. Pobre, ou rústica, foi tua primeira casa, como a de Nazaré, você, Mãe querida, junto, muito junto ao seu povo, cuidando de suas feridas, aliviando suas dores, suas angústias de um tempo de escravidão, de exploração do povo pela elite dominante, de governantes que nem sabiam o significado da palavra povo; nada muito diferente dos dias atuais.
Mas tu, Rainha nossa, que fizestes imperadores e princesas se ajoelharem diante de ti, e rogar-lhe proteção e bênção, ahhh, bem que dissestes que todas as gerações Te chamariam Bem-Aventurada; no entanto, Mãe Amada, faltam, ainda, dispersar os soberbos de coração, derrubar do trono os poderosos, elevar os humildes, cumular de bens os famintos e dispensar os ricos de mãos vazias (Cf Lc 1,48.51-53), mas, este povo, trabalhador que faz da pedra pão para sobreviver, não perde, nunca, a esperança, por isso, todos os dias, dizem com o coração alegre e repleto de fé a mesma saudação que o arcanjo Gabriel lhe deu naquele iluminado dia, em que te entregastes totalmente ao projeto do Pai, que pelo seu Filho veio nos dizer que veio para que todos tivéssemos Vida e Vida em abundância (cf Jo 10,10).
Assim indago à querida leitora, ao querido leitor, qual católica e católico não tem uma imagem de Nossa Senhora Aparecida em casa? Sei, até, de irmãs e irmãos de outras denominações religiosas que tem, uma figura na bolsa, na carteira, uma imagem dela em casa, um tanto escondida é verdade, mas que está lá, presente para qualquer “emergência”.
Qual cristã ou cristão nunca recorreu a ela nos momentos em que a cruz, de cada dia, fica mais pesada?
Até papas já se dirigiram a ela, com seus pedidos e orações. Também creio que pouquíssimos cristãos não fizeram ainda uma peregrinação, ou romaria até a sua casa na cidade de Aparecida, para agradecer, venerar, deixar seu “ex voto”, cumprir uma promessa por alguma graça alcança através da intercessão de nossa mãe tão querida, Padroeira e Rainha do Brasil.
Lembro, aqui, as primeiras intercessões de Nossa Senhora Aparecida junto ao Filho, apenas para ajudar, a quem lê essas linhas, a também recorrer a ela nos seus momentos de dores, angústias, desesperos. Mas também para agradecer e venerar tão carinhosa e atenta Mãe.
Milagre das velas
Estando a noite serena, repentinamente as duas velas que iluminavam a Santa se apagaram. Houve espanto entre os devotos, e Silvana da Rocha, querendo acendê-las novamente, não conseguiu, pois elas acenderam por si mesmas. Este relato é tido como um milagre de Nossa Senhora por seus devotos, e é provavelmente de 1733.
Caem as correntes
Em meados de 1850, um escravo chamado Zacarias, preso por grossas correntes, ao passar pela igreja onde se encontrava a imagem de Nossa Senhora Aparecida, pede ao feitor permissão para rezar. Recebendo autorização, o escravo se ajoelha diante de Nossa Senhora Aparecida e reza fervorosamente. Durante a oração as correntes milagrosamente soltam-se de seus pulsos, deixando Zacarias livre.
Cavaleiro e a marca da ferradura
Um cavaleiro de Cuiabá, passando por Aparecida, ao se dirigir para Minas Gerais, viu a fé dos romeiros e começou a zombar, dizendo, que aquela fé era uma bobagem. Quis provar o que dizia, entrando a cavalo na igreja. Logo na escadaria, a pata de seu cavalo se prendeu na pedra da escada da igreja (Basílica Velha), vindo a derrubar o cavaleiro de seu cavalo; após o fato, a marca da ferradura ficou cravada na pedra. O cavaleiro, arrependido, pediu perdão e tornou-se devoto.
A menina cega de nascença de Jaboticabal – SP
Por serem muito devotos de Nossa Senhora Aparecida, os membros da família Vaz de Jaboticabal – SP rezavam e falavam muito sobre os acontecimentos referentes a Nossa Senhora Aparecida. O casal desta família tinha uma menina que era cega de nascença e que sempre ouvia atentamente ao que falavam. A menina tinha uma vontade muito grande de ir até a Igreja. Naqueles tempos, onde tudo ainda era sertão, ficava muito difícil de se chegar até lá. Mas com muita dificuldade, fé e perseverança, mãe e filha da família Vaz de Jaboticabal – SP chegaram às escadarias da Igreja, quando, surpreendentemente, a menina cega de nascença exclamou: “Mãe, como é linda esta Igreja!”. Daquele momento em diante a menina que era cega de nascença passa a enxergar normalmente.
Permita-me Mãe, advogada dos pecadores, este seu indigno filho, visto que tudo o que se pede a ti o Filho atende, lhe fazer alguns pedidos também:
Oh Minha Senhora, que fizestes as velas acenderem milagrosamente, ilumine nossa caminhada junto ao teu Filho Jesus.
Oh Mãe querida por todo o povo brasileiro cristão, católico ou não, és venerada, e reconhecida como mãe de um povo tão sofrido; intercede ao Pai por cada um de teus filhos e filhas que sofrem as agruras da falta de compaixão e solidariedade de seus semelhantes. Intercede também pelos governantes da nação, quando fechados em seus egoísmos e ganância buscam apenas interesses próprios.
Oh Aparecida, que surgistes do lodo lamacento do rio, para os pescadores, Domingos Martins Garcia, João Alves e Filipe Pedroso, que após pescarem sua venerada imagem, concedeste-lhes uma pesca milagrosa, clame junto ao Pai que tenha a mesma misericórdia que teve para com os pescadores, e tenha também para com os que passam fome e com os que tem sua dignidade humana roubada por conta de necropolíticas, e de uma “economia que mata”, que está mais preocupada com o lucro do que com a Vida.
Oh nossa Mãe Negra, tu que ouvistes a oração fervorosa do escravo Zacarias, e pediu ao Pai que o libertasse dos grilhões da escravidão, intercede também pelos que estão sem trabalho, pelos explorados pelo sistema econômico injusto e perverso. Intercede pelos oprimidos, pelos patrões que não lhes pagam salários injustos, pelos que são vítimas da escravidão moderna por não terem nenhuma garantia trabalhista.
Oh Senhora Rainha do Brasil e do povo brasileiro, que fizestes com que o perverso fazendeiro não concluísse seu intento de humilha-la, tentando entrar em sua casa, montado em seu cavalo e destruir sua venerada imagem, e lhe concedeu seu perdão assim que ele se demonstrou arrependido, prostrando-se diante de ti, pede ao Pai que tire o coração de pedra dos orgulhosos, dos poderosos, dos opressores e dos tiranos, e lhes ponha um coração de carne, para que tenham a humildade de reconhecer que o Senhor é Deus, e ama a toda sua Criação e zela por ela.
Oh Mãe dos pobres e desvalidos, Tu que ouvistes as orações da mãe e sua filha cega, que enquanto caminhavam em direção à sua casa, pedindo esmolas pelo caminho, pois não tinham dinheiro para a passagem, Tu intercedestes junto ao Pai para que a menina tivesse a vista restabelecida; intercede pelo povo sofrido, angustiado, massacrado, para que os governantes, que apesar de terem olhos, não enxergam, apesar de terem ouvidos, não escutam; não veem nem ouvem os seus clamores do povo.
Lembrai-Vos, ó piíssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que têm recorrido à vossa proteção, implorado a vossa assistência, e reclamado o vosso socorro, fosse por Vós desamparado. Animado, pois, com igual confiança, a Vós, Virgem entre todas singular, como a Mãe recorro, de Vós me valho, e, gemendo sob os pesos dos meus pecados, me prostro a Vossos pés. Não rejeiteis as minhas súplicas. Ó Mãe do Filho de Deus humanado, dignai-Vos de as ouvir propícia e de me alcançar o que Vos peço. Amém.
Rogai por nós, santa mãe de Deus,
para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
Oração de Nossa Senhora Aparecida para proteção
Essa prece está no Manual do Devoto desde 1904 e é rezada após a consagração à Nossa Senhora Aparecida nas novenas para que o devoto peça proteção ou alguma intenção particular.
Segue a oração:
“Ó incomparável Senhora da Conceição Aparecida. Mãe de Deus, Rainha dos Anjos, Advogada dos pecadores, refúgio e consolação dos aflitos e atribulados, Virgem Santíssima cheia de poder e de bondade, lançai sobre nós um olhar favorável, para que sejamos socorridos por vós, em todas as necessidades em que nos acharmos”.
Clique aqui para ler também, do mesmo autor, o Poemeto à Maria de Nazaré.
3 respostas em “Nossa Senhora Aparecida Padroeira do Brasil”
Nossa Senhora da Conceição Aparecida, rogai por nós!
Que nossa mãe Aparecida nas águas do rio Paraíba abençoe este povo que ela ama, que não importa seja de qual côr for estará sempre intercedendo por nós. Salve Padroeira do Brasil, amém 💗🙏
Olá Rosa, paz e bem. Obrigado pela leitura e comentário.
Forte Abraço.